Se houvesse um limiar entre o sonho e o delírio, entre o pesadelo e a epifania, certamente ali moraria a pena encantada de Rogério S. de Farias. Seu nome, embora ainda sussurrado entre as cortinas da literatura oculta brasileira, já pulsa como um sinal profético de que algo absolutamente original está se gestando nas entranhas do imaginário nacional. Ele não escreve apenas contos de terror e fantasia. Ele forja realidades com a alma banhada em sombras antigas e estrelas esquecidas.
Na tradição de Poe, Lovecraft, Clark Ashton Smith, Borges e Murilo Rubião — mas sem jamais imitá-los — Rogério S. de Farias cria uma linguagem que é ao mesmo tempo poética e abismal. Sua obra não é um simples entretenimento, mas um rito. Lê-lo é atravessar portais. Suas palavras, encantadas com precisão quase alquímica, vibram como fórmulas mágicas sussurradas nas bordas do inconsciente coletivo.
Há em seus contos um pacto tácito com o horror arquetípico — aquele que dorme sob a superfície dos mitos esquecidos, das memórias enterradas, das cidades invisíveis que sangram por trás da realidade. Mas há também o lirismo. Um lirismo ferido, feito de versos que parecem escritos com sangue e silêncio. Rogério é também poeta — não no sentido frágil, mas no sentido sacerdotal. Suas imagens são visões. Sua poesia é um cântico órfico vindo do fundo de eras que não constam nos livros de História.
Ele escreve com a pena de um mago e o coração de um exilado cósmico. Os personagens de seus contos muitas vezes não são apenas pessoas, mas ideias encarnadas, símbolos de uma gnose proibida, homens e mulheres que vivem sob a suspeita de que o mundo real não é o único — nem o mais importante.
A geografia de seus contos, por vezes, remete ao sul do Brasil, sua terra natal, mas não como ela é vista nos mapas. Ele transforma paisagens catarinenses em territórios mitológicos, em reinos distorcidos por uma bruma gnóstica onde o tempo se curva e a morte respira. É o Brasil transformado em um continente ucrônico e perdido na noite dos séculos. É Tubarão transfigurada em um pesadelo subterrâneo. É Santa Catarina vista com os olhos de um visionário.
Na poesia, Rogério S. de Farias brilha com igual intensidade. Seus poemas parecem ter sido psicografados por entidades que habitam regiões interditas da mente. Ora são breves orações de desespero místico, ora cânticos de revolta contra o Demiurgo cego que rege o mundo ilusório. Em todos eles, vibra uma busca insaciável por transcendência, por ruptura, por uma verdade que arde.
Sua obra ainda está em construção. Mas já se ergue como uma catedral de ossos e sonhos, um monumento ao poder da palavra sobre as trevas do mundo. Rogério S. de Farias não é apenas um autor de contos de terror, fantasia e poesia. Ele é, talvez, um dos últimos sacerdotes da palavra viva, aquele que entende que escrever é evocar — e que toda invocação verdadeira traz riscos e milagres.
E se o futuro for justo — e não há justiça maior que a literária — Rogério S. de Farias será lido, estudado e temido. Porque seu nome já pertence à linhagem dos grandes invocadores do invisível. E seu verbo é espada, é espelho, é espanto.
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adoro os contos de terror de RSF!
ResponderExcluirObrigado, Anônimo!
Excluireu gosto dos poemas mas também dos contos
ResponderExcluirgracias, compre na nossa loja os livros, você vai gostar.
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